5.6.07

Arte digital: o fim da arte?


A arte palpável, sensível ao toque, que começou um dia a ser riscada nas paredes das cavernas e que se consolidou através dos séculos que nos precederam, parecia estar chegando ao fim. Tínhamos que nos adaptar a uma nova arte volátil, efêmera, exposta em um pedaço de vidro, que só existia no estado de ligado-desligado. Que porrada! Essa nova literatura visual, esse novo código, onde forma e conteúdo se confundem amalgamados em uma carpintaria puramente eletrônica está mais para o surfista que sabe conviver com o caos da onda do que para o executivo que não consegue sobreviver com as velhas regras do edge of chaos. Na medida em que o artista assimilar e dominar o novo environment e as suas novas ferramentas criadoras, certamente essa arte passará a ser imaginativa, criadora, poderosa, como o foi a de Michelangelo ou a de Van Gogh. As experiências em realidade virtual estão apenas engatinhando, aos poucos não só permitirão recriar o passado como também criar um imaginário mundo novo. Se a nova arte digital deve ou não ser aceita como arte, se ela é legítima ou não, por enquanto todas as discussões sobre o assunto estão passando muito distante.

Fonte: Ouattro/Alex Nabuco. Imagens. Século Prodigioso